No dia 21.12, a Abraceel se reuniu com o ONS para discutir aspectos do planejamento da operação e formação de preços no Brasil.
O Vice-Presidente de Energia da Abraceel, Alexandre Lopes, apontou os impactos do acionamento das regras de contingência dos modelos para os agentes de mercado em relação a previsibilidade e reprodutibilidade dos cálculos.
Yasmin Martins, Coordenadora de Energia da Abraceel, destacou que a Abraceel promoveu encontro do Grupo Técnico para tratar de questões de formação de preço e que o principal empecilho para os agentes atualmente é o tempo de processamento das simulações. Essa variável exógena estaria se tornando determinante no cálculo do preço, uma vez que o programa prioriza soluções encontradas com menor tempo de processamento.
Diogo Cruz, Gerente da Programação Diária do ONS, ponderou que o tempo de processamento refletia a complexidade do problema abordado pelo modelo, logo, um tempo de processamento mais alto indica um problema muito complexo, fazendo com que essa variável se torne, na prática, endógena do ponto de vista do ONS.
Dando seguimento, Alexandre Lopes questionou se o ONS havia previsto uma data de divulgação aos agentes sobre as ações que estão sendo tomadas, a fim de eliminar a necessidade de contingências.
Em resposta, o Operador disse que a prioridade é fazer com que o funcionamento dos modelos opere seguindo as diretrizes dos procedimentos de rede, sempre almejando a eliminação de contingências e que, para esse fim, está sendo estudado o uso de um maior poder computacional para o operador, mas sem um prazo estabelecido para divulgação aos agentes do que está sendo feito quanto a isso.
Outra problemática mapeada pela Abraceel foi a de que em alguns dias não fica claro se o horário de 16h é o tempo limite para a publicação do deck. Por essa razão, a Abraceel sugeriu que esse limite fosse determinado e que fosse postado no SINtegre, junto à publicação do deck, qual foi o nível de contingência utilizado para se obter os resultados do deck em questão. O ONS acatou a sugestão e informou que passará a disponibilizar a informação no Sintegre.
Diogo Cruz afirmou que o Operador utiliza de todos os artifícios possíveis de convergência para evitar o uso da contingência até as 16h, mas chegando a essa hora, a contingência é ativada. O ONS ressaltou que os aprimoramentos no modelo serão endereçados no âmbito no CT PMO/PLD e, nesse sentido, destacou que é fundamental a participação ativa dos agentes no CT PMO/PLD para contribuir com a construção das soluções.
Dando continuidade à reunião, Yasmin Martins abordou a questão da falta de uma sequência de priorização de flexibilização de restrições, fazendo com que os agentes não consigam reproduzir o processo.
Quanto a isso, Maria Cândida respondeu que o ONS tenta ser o mais fiel ao modelo o possível, porém pode haver incompatibilidades e inviabilidades que dificultam a montagem de um roteiro bem definido de priorização. Ou seja, existem soluções específicas para cada problema, sendo difícil generalizar.
Por fim, o ONS destacou a pertinência de se retomar no âmbito do setor elétrico a discussão sobre a formação de preços ex-post, o que faria com que os agentes, em suas análises de preço, tivessem que acertar a realidade da operação e não as premissas utilizadas pelo operador como a previsão de carga e vazões, por exemplo.