* Ambiente de contratação livre se consolida como indutor de novos investimentos para ampliar oferta de eletricidade no país. Levantamento considera apenas usinas com obras em andamento até 2030. BNDES aponta que comercializadores lideram 45% da geração eólica e solar financiada pelo banco nos últimos seis anos
Do estoque de projetos de geração centralizada com “sinal verde” para entrar em operação comercial até 2030, 15,4 GW – o equivalente a 68% do total de usinas com obras já iniciadas – são destinados ao ambiente de contratação livre.
Esse cenário, que mostra o papel predominante do ambiente de contratação livre para novos investimentos na geração de energia no país, está retratado em estudo atualizado pela Abraceel que analisou o ambiente de contratação para o qual se destinará a energia proveniente de empreendimentos atualmente em fase de construção.
As usinas com “sinal verde” são uma fração do total de projetos de geração já outorgados pela Aneel, cujo banco de dados registra 157,2 GW de potência em usinas que têm a perspectiva de entrar em operação comercial no período entre 2024 e 2030, sendo 93% dessa oferta futura prevista para ser absorvida pelo mercado livre de energia. Apenas 5,2% da produção está com destinação para o mercado regulado e a parcela restante está alocada para reserva ou ainda sem definição.
Protagonismo dos comercializadores – Se o mercado livre de energia já é o ambiente de contratação predominante para a expansão da geração elétrica no Brasil, os comercializadores de energia passaram a ser responsáveis por parcela relevante dos novos investimentos em energia renovável.
Dados exclusivos do BNDES apurados para o estudo revelam que, do total dos projetos eólicos e solares com financiamento contratado pelo BNDES entre 2018 e 2024, com capacidade total de 11,2 GW, 83% (9,2 GW) foram destinados para o mercado livre de energia, dos quais 45% (5,0 GW) suportados por comercializadoras.
Metodologia – O estudo da Abraceel considerou bancos de dados e informações oficiais de instituições como Aneel, EPE, CCEE e BNDES. Foram consideradas apenas usinas centralizadas, cuja oferta é registrada pela Aneel como “verde”, com obras já iniciadas, no horizonte entre 2024 e 2030. O estudo não considera a expansão da geração descentralizada e exclui usinas centralizadas sem previsão de entrada em operação ou com obras paralisadas.
O cálculo da parcela de energia destinada ao mercado livre das usinas que também estão contratadas no Ambiente de Comercialização Regulada (ACR) foi apurado com base nos resultados consolidados dos leilões de energia elétrica divulgados pela CCEE.