Prezados Associados, (representantes e membros do GT)
A Abraceel preparou, ouvindo alguns dos presentes nas reuniões do ONS e com o apoio do coordenador do GT-PLD, César Sá, um registro sintético (transcrito a seguir no corpo do e-mail) sobre os fatos da semana passada em relação à formação de preços, fatos que motivaram inclusive a manifestação da Abraceel encaminhada à Aneel, conforme o último relatório semanal.
Estamos compartilhando o documento com os associados e convidando a todos a contribuírem com a análise que servirá de base para novos posicionamentos da associação.
Toda esta situação, associada ao tema do e-mail anterior sobre as incertezas em relação ao tratamento das térmicas, só reforça a importância do aperfeiçoamento da formação de preços defendida pela Abraceel.
Atenciosamente,
Paulo/Maurício
Abraceel.
Fatos sobre o PMO de junho/2007
Fato 1: O processamento do deck preliminar de dados do PMO junho/2007, disponível no site do ONS, indicou um CMO médio para junho/2007 igual a 170 R$/MWh. Aparentemente, este fato foi detectado pelo próprio ONS, que acionou o CEPEL para explicações para este aumento não esperado.
Fato 2: Pelo andamento da reunião do PMO no dia 23/05/2007, não existia uma explicação simples. O que se pôde apurar é que, diante das ocorrências de ENA em 2007 (período fevereiro a maio), o modelo estocástico previu uma situação crítica de abastecimento para o subsistema Norte no final do ano (risco de déficit da ordem de 70% em 2007), fato que elevou significativamente o valor da água no mês de junho nos subsistemas Sudeste e Nordeste.
Fato 3: no dia 24/05/2007, o ONS fez uma apresentação de um levantamento de pontos que levaram a esta elevação de CMO, incluindo alguns estudos de sensibilidade em relação a alguns parâmetros do modelo NEWAVE, dentre eles o número mínimo de iterações e número de aberturas (séries backward). Ressaltam-se desta apresentação os seguintes pontos:
não ocorreram alterações estruturais na oferta de projetos e interligações nem na demanda de energia para o período 2007 a 2011. Ou seja, não se pode argumentar que ocorreram alterações no balanço estrutural do sistema interligado nacional a ordem do parâmetro PAR para o mês de maio no SE é 3 e para junho é 1 à em outras palavras, as ocorrências de fevereiro, março e abril condicionam a geração de séries estocásticas no mês de maio, enquanto que para a geração de cenários no mês de junho somente a ocorrência de maio é levada em conta pelo modelo estocástico. Isto significa que as séries geradas em maio levam em conta o “bom” passado de final do verão (respectivamente 155, 94 e 86 % da MLT), enquanto que as series geradas em junho levam em conta a estimativa de ENA para maio, 94% da MLT análise do mesmo parâmetro para o Norte leva a um fato ainda mais forte pois as ocorrências passadas no mês de maio foram respectivamente 112 e 90% da MLT, enquanto que para o mês de junho foi de 70% como resultado da consideração da tendência recente (itens anteriores), tanto o SE como o N ficaram com uma disponibilidade de ENA em 2007 significativamente inferior quando se passou do estudo de maio/2007 para junho/2007 o parâmetro de maior influência foi o “número de aberturas”, parâmetro utilizado no processo de otimização para a amostragem de estados para avaliação do valor do custo futuro. O parâmetro definido como padrão é 20 e o ONS avaliou o impacto de se considerar 19 ou 21 aberturas. Neste caso, a variação no CMO médio de junho foi de 76 a 145 R$/MWh, contra os 170 R$/MWh do caso oficial. Esta influência é conhecida como “variação amostral”, inerente à metodologia implementada no NEWAVEFato 4: diante da perspectiva de publicar um estudo oficial que sinalizava a elevação de 50 para 130 R$/MWh, a coordenação do PMO utilizou uma abordagem diferenciada: convocou, individualmente, alguns agentes para uma consulta sobre uma solução alternativa, sem amparo dos procedimentos regulamentados (Procedimentos de Rede do ONS). Esta solução alternativa considerava a utilização da saída do modelo NEWAVE referente ao PMO do mês de maio/2007 para geração dos valores para junho de 2007 (dado que esta saída levava a CMOs da ordem de 60 R$/MWh). Esta proposta foi aceita por um número significativo de agentes.
Fato 5: A proposta foi enviada para a apreciação da ANEEL que não concordou com a alteração dos procedimentos para o cálculo do CMO para junho. Não havia justificativas para a adoção da “solução” proposta pelo ONS uma vez que o fato motivador foi a brusca elevação do preço e não algum erro que pudesse ser objetivamente apontado e corrigido.
Dessa forma a CCEE publicou em 25 de maio o PLD calculado a partir do deck utilizado para o PMO de junho e em 28 de maio emitiu comunicado esclarecendo que assim o fez em estrito cumprimento das Regras e Procedimentos de Comercialização, apesar da significativa variação dos valores em relação à semana anterior.