O Brasil possui um dos maiores potenciais energéticos do mundo. Somos grandes geradores hidrelétricos, estamos em pleno desenvolvimento de nossos parques eólicos e temos uma condição climática mais que favorável para a geração de energia solar. Com tudo isso, ainda somos um dos países mais atrasados em liberdade de mercado, quando comparados aos mais desenvolvidos.
No mês de julho, comemora-se exatos 24 anos do nascimento em nosso país da chamada Lei que veio justamente para quebrar monopólios e dar ao cidadão a sua liberdade de escolha no mercado. Surgiu então o Mercado Livre de Energia, uma realidade que já é responsável por 30% da energia elétrica comercializada no Brasil. Um mercado de livre escolha e concorrência que nos últimos 16 anos trouxe para seus consumidores uma economia de R$ 118 bilhões. No entanto, esse ambiente de livre negociação está disponível apenas aos grandes clientes (que consomem mais de R$ 850 mil ao ano).
A Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (ABRACEEL), que representa as empresas que atuam na compra e venda de energia no ambiente livre, realiza anualmente pesquisa de mercado através do IBOPE, que têm comprovado, como mostra a última pesquisa de 2018, que 70% dos brasileiros gostariam de escolher o seu fornecedor de energia e que 87% acham cara a energia elétrica que consomem.
Para o presidente da ABRACEEL, Reginaldo Medeiros, é fundamental que o Brasil entre definitivamente num processo de plena abertura do setor para que mais players entrem nesse mercado e, principalmente, tragam, com a livre concorrência, um barateamento de custos para o consumidor final. Essa já é a realidade de países como os Estados Unidos, Canadá, Japão, Coreia do Sul, Austrália e praticamente toda a Europa, muitas vezes em países com um potencial energético imensamente menor. O Brasil não merece ficar fora desse grupo.