Com a presença de mais de 130 participantes, Rui ressaltou que a CCEE gosta de ser reconhecida como a casa do mercado, por isso estão sempre abertos a dialogar com os agentes
Na última edição do “Sexta Livre”, convidamos o presidente do Conselho da CCEE, Rui Altieri, para discutir a agenda do mercado.
GSF: A Câmara quer a solução mais rápida para resolver o GSF, seja via judiciário ou legislativo, já que hoje são 146 liminares relacionadas ao tema travando mais de R$ 8,5 bilhões no Mercado de Curto Prazo.
Rui informou que a Aneel e CCEE já estão em fase avançada de preparação para fazer os cálculos da regulamentação quando a solução for dada. A expectativa de PLD baixo para esse ano é uma janela pra resolver a questão, já que com o aumento do PLD, pode haver um escalonamento do GSF.
Formação de preços: Rui informou que em reunião da CPAMP foi ratificada a data de implementação do preço horário para janeiro de 2021. Segundo ele, a operação semi-horária e o preço semanal são o pior cenário por conta da geração de encargos. O direcionamento é para que, enquanto o modelo PrevCarga não estiver bem ajustado, a metodologia não seja alterada, ou seja, o PrevCarga não será implementado já em janeiro de 2021.
Sobre o preço por oferta, Rui disse que está no inicio dos estudos e a CCEE considera que a prioridade é vencer a batalha do preço horário. Estão desenvolvendo um projeto de P&D juntamente com a Engie, por isso a decisão não será para o curto prazo e precisa ser bem avaliada.
Segurança de mercado: Para Rui, a discussão sobre os critérios de participação tem condições para entrar em consulta pública de imediato e é importante, pois atualmente a CCEE enfrenta dificuldades para desligar agentes. Sobre as garantias para o MVE, a CCEE está finalizando uma nota técnica na próxima semana para encaminhar para Aneel, com critérios próximos aos dos leilões atuais.
Adicionalmente, estão em parceria avançada com a BBCE para avaliar o registro voluntário de portfólio, e a proposta de duplo flag está sendo avaliada – um registro prévio que não estaria vinculado à entrega da energia.
A CCEE foi questionada se poderia trilhar um caminho de certificação, e Rui informou que estão pensando em estabelecer um ranking de comercializadoras, com as devidas precauções, mas a discussão ainda é bastante incipiente.
Outros temas
Integração gás e energia elétrica: a CCEE aponta que é preciso ter um melhor aproveitamento do gás do pré-sal, ampliando investimentos em infraestrutura para aumentar a geração termelétrica a gás. Para a Câmara, não cabe no cenário de modernização recontratar térmicas com CVU elevado, que irão descontratar a partir de 2024.
Varejista: Rui comentou que o consumidor que está migrando nesta fase é de porte muito pequeno. A CCEE deliberou sobre mais de 90 adesões na última reunião do Conselho e a carga média foi de 700 kW, por isso é fundamental uma solução para o varejista.
Segurança Cibernética: é uma preocupação constante para a CCEE, que tem mais de 1,4 milhões de conexões por dia. A Câmara está promovendo uma campanha de conscientização dos funcionários, especialmente agora que o trabalho está integralmente remoto.
Agradecemos a participação dos associados em mais uma edição de sucesso da Sexta Livre!