Em mais uma edição da Sexta Livre, conversamos com Paulo Cezar, que já ocupou a presidência do Conselho da Abraceel, e Lisboa, atual presidente sobre o futuro do mercado de energia.
Paulo Cézar ressaltou que o “Coprosumidor” é o futuro: consumir, produzir e comercializar. Isto é, o consumidor que, além de produzir sua própria energia, comercializa seu excedente. Essa mudança de paradigma inicia uma “nova avenida de oportunidades e visões”. Lisboa concordou que é preciso avançar e concordou que o “coprosumidor” é o futuro do setor, mas que avanços são necessários para que isso de fato aconteça.
Comercializadores sempre abraçaram as oportunidades – Lisboa traçou um histórico do setor elétrico brasileiro, destacando que o segmento de comercialização era muito embrionário quando as privatizações começaram a acontecer. Com o racionamento, o mercado livre abraçou a oportunidade para mostrar ao regulador sua capacidade de trazer solução, segurança e novas oportunidades de negócio. Já em 2004, com a mudança no cenário político, havia um receio que o mercado livre deixasse de existir. No entanto, dado o número expressivo de indústrias no segmento, o mercado ficou consolidado. As comercializadoras já existentes começaram a se desenvolver e surgiam as primeiras independentes.
Com a MP 579, o modelo setorial, que não era perfeito, mas funcionava, sofreu outro grande abalo. Novamente o mercado livre foi vetor de oportunidades, já que o consumidor cativo estava sofrendo com uma conta mais cara, fruto da indexação dos contratos de longo prazo, custos com risco hidrológico e distribuidoras com mecanismos restritos para lidar com sua sub/sobrecontratação. Houve avanços regulatórios, como o fim da republicação do PLD, mas é preciso avançar.
Desafios da Abraceel nas diferentes gestões – Foi questionado aos convidados quais eram e quais são os desafios da Abraceel quando comparadas às gestões dos dois na presidência do Conselho. Paulo Cezar e Lisboa concordaram que, na gestão do Paulo, o principal desafio da Abraceel era firmar sua governança, tornando-a robusta e profissional, além de firmar a filosofia da Associação na defesa de um mercado livre, dinâmico e competitivo.
Quanto aos desafios atuais, além de manter a governança, Paulo Cezar mencionou que Lisboa enfrenta o desafio da segurança de mercado, aprimorando falta de garantias. Lisboa adicionou que manter a Associação única sob a mesma filosofia, adaptando-se às novidades, como descarbonização, varejo mais ativo e “coprosumidor” são desafios atuais também.
Por fim, Medeiros destacou que a Abraceel quer sempre mais: mais mercado, seja de eletricidade, gás, etanol ou créditos de carbono, mais competição, simplificação e satisfação do cliente.