O mercado livre de energia, ambiente de contratação onde fornecedores e consumidores negociam livremente e que responde por 34% do consumo de eletricidade do país, tem sido o principal indutor da expansão da oferta de energia elétrica no Brasil.
Do total de 45 GW de energia elétrica centralizada que estão em fase de construção para entrar em operação até 2026, 83% estão sendo viabilizados pelo mercado livre, o que representa mais de R$ 150 bilhões de investimentos nos próximos cinco anos.
Além disso, dados exclusivos do BNDES demonstram o protagonismo das comercializadoras nessa expansão. Do total dos projetos eólicos e solares financiados pelo BNDES entre 2018 e 2021, 49% foram suportados por comercializadoras. Isso comprova a nova lógica que vive o setor elétrico brasileiro, com a expansão ocorrendo independente dos leilões regulados.
As fontes de energia solar e eólica lideram a expansão da oferta de energia elétrica no Brasil, com 82% da geração total em construção com previsão de entrar em operação até 2026. Nesse contexto, 97% da capacidade das usinas centralizadas fotovoltaicas em construção é destinada ao mercado livre. No caso das usinas eólicas, 86%.
O mercado livre também tem sido responsável por viabilizar 68% da oferta de geração elétrica a biomassa e 61% da de pequenas centrais hidrelétricas (PCH, até 30 MW) e centrais geradoras hidrelétricas (CGH, até 5 MW) com previsão de entrar em operação até 2026.
Segundo Rodrigo Ferreira, presidente-executivo da Abraceel, em um cenário em que a transição energética para uma economia com menos emissões de carbono se acelera no mundo todo, o mercado livre de energia tem se mostrado fundamental para ampliar a geração renovável, apoiando os esforços para manter a matriz elétrica brasileira limpa. “No mercado livre, quem dá a diretriz é o consumidor, e o consumidor quer energia barata e renovável. No Brasil, a energia mais barata é a renovável”, resume.
A contribuição do mercado livre para a expansão da matriz de geração de energia elétrica brasileira vem sendo ampliada anualmente. Estudo realizado pela Abraceel em 2019 mostrou que o ambiente de contratação livre respondia, naquele ano, por 34% de toda a expansão do parque gerador prevista para ser entregue em cinco anos. Novo recorte realizado em 2021, em meio a pandemia e paralisação dos leilões regulados, detectou que a parcela cresceu para 72%, chegando agora, em 2022, a 83%.
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