No dia 16 de março, a CCEE promoveu em São Paulo encontro sobre segurança de mercado. O objetivo foi apresentar a proposta da Câmara para o monitoramento prudencial, em discussão na CP 11/2022 da Aneel.
Rose Santos, conselheira da CCEE responsável pelo assunto, destacou que a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica tem conversado com o mercado, esforço que resultou em novas versões da proposta, ressaltando inclusive as interações que teve com a Abraceel. Mencionou que, durante a elaboração da planilha de monitoramento, convidaram 150 agentes e quase a totalidade enviou voluntariamente o portfólio, reforçando a relação de confiança que foi construída.
Apresentando a proposta, Rose mencionou que a CCEE não tem competência para fiscalizar derivativos, mas o envio dessa informação é relevante para saberem o quanto o risco da exposição em decorrência do uso desses instrumentos representa para o agente. Foi apontado também que para a marcação a mercado, utilizarão duas curvas de preços, da BBCE e da Dcide.
Questionada pelos participantes sobre qual o objetivo de uso das informações relativas às cinco maiores contrapartes, Rose apontou que será usado para avaliação do risco de contágio, pois o fator de alavancagem não é suficiente para garantir “que nada acontecerá”. Sobre isso, ainda foi mencionado que a CCEE não verá individualmente as contrapartes, e sim os indicadores que serão criados que analisarão o cruzamento de informações. Inclusive, serão dez indicadores que analisarão mais de 60 métricas.
O presidente-executivo da Abraceel, Rodrigo Ferreira, foi debatedor em um dos painéis do evento, representando o Fórum de Associações do Setor Elétrico (FASE). Ele destacou, entre outros aspectos, que os resultados que serão obtidos durante os testes do chamado “período “sombra serão fundamentais para afinar processos da CCEE e dos agentes, bem como para melhor calibrar os parâmetros. Por isso, concluiu, é importante o comprometimento das empresas nessa etapa.