A Cpamp concluiu as avaliações prévias da implementação do Newave Híbrido, com backtests e estudos prospectivos, o que permitiu a instauração da Consulta Pública 162/2024 do MME para debater o tema. A referida CP possui prazo para envio de contribuição até o dia 17.06.
Newave Híbrido
Iniciando evento realizado em 02.05, a Comissão reforçou que a representação agregada das usinas hidrelétricas leva a uma operação mais otimista frente à realidade operativa do SIN, uma vez que há perda de precisão em tais aproximações.
Essa modelagem permite a representação das restrições de turbinamento mínimo e máximo, das funções de produção individualmente e da divisão dos recursos de vazão afluente de forma mais precisa. Além disso, a consideração das limitações de geração e armazenamento individuais e a consideração de vertimentos localizados também contribuem na melhoria da FCF para o modelo DECOMP.
Com isso, após todos os testes e análises realizadas, a Comissão recomendou a implementação do Newave Híbrido com usinas hidrelétricas representadas de forma individualizada nos primeiros 12 meses para os processos de planejamento da operação e cálculo do PLD.
Complementarmente, é proposta a redução do valor das penalidades de restrições físicas das hidrelétricas, conforme a tabela a seguir.
Também é proposta alteração da micropenalidade de vertimento e compatibilização das outras micropenalidades a ela associadas, conforme ilustra a tabela a seguir.
Ademais, é proposta pela comissão a manutenção do critério de parada atual de seis iterações consecutivas com delta de Zinf abaixo de 0,1% limitado ao mínimo de 30 e máximo de 50 iterações. Por fim, também é proposta a atualização do VMinOp do submercado Norte de 22,5% para 19,1%.
Parâmetros do CVaR
Para análise de eventual necessidade de recalibração dos parâmetros do CVaR foram realizados estudos prospectivos e backtests. Sua principal conclusão foi que, quanto maior a aversão ao risco, maior a geração térmica e maior energia armazenada final, como esperado, sem aumentar o vertimento turbinável.
O backtest considerando o período de execução de janeiro de 2020 a dezembro de 2023 e o CVaR (15,40) alcançou maiores níveis de armazenamento ao final de 2022 e 2023: mais 2,5 p.p. e mais 2,1 p.p., respectivamente, com relação ao modelo vigente, utilizando-se do mesmo nível de geração termelétrica e custo associado.
Um dos cenários do estudo prospectivo considerou 60% da MLT iniciando com EArm semelhante a janeiro de 2021, uma hidrologia extremamente baixa e reservatórios baixos. Segundo a Comissão, o híbrido com CVaR (15,40) alcança valores próximos de armazenamento com relação ao modelo vigente, com uma economia de aproximadamente R$ 4 bilhões no ano, demonstrando maior eficiência financeira em cenários críticos com a mesma segurança energética. Os casos híbridos apresentaram maior volatilidade.
Em outros, o estudo prospectivo considerou 60% da MLT iniciando com EArm semelhante a janeiro de 2024, hidrologia extremamente baixa e reservatórios preservados, e 80% da MLT iniciando com EArm semelhante a janeiro de 2021, com hidrologia baixa e reservatórios baixos. Foi reforçado pela Cpamp que o modelo híbrido consegue uma resposta adequada ao acionar a geração térmica maior de forma antecipada, com intuito de promover maior armazenamento para início do período seco.
Adicionalmente, o estudo prospectivo também considerou 80% da MLT iniciando com EArm semelhante a janeiro de 2024, com hidrologia baixa e reservatórios preservados. Foi ponderado pela Comissão que o modelo híbrido “recolhe” a geração térmica (despacho apenas de inflexibilidade), não acarretando o aumento do vertimento turbinável.
Diante dos resultados dos referidos testes, a CPAMP recomendou a utilização do modelo Newave Híbrido com o par de CVaR (α = 15% e λ = 40%), para fins de planejamento da operação e formação de preço a partir do PMO de janeiro de 2025.
A comissão reforça que essa escolha é a mais apropriada, uma vez que apresenta benefícios econômicos (maior eficiência e menor custo de geração térmica) e aderência aos critérios de segurança energética do CMSE. Dessa forma, o objetivo é aproximar à aversão ao risco do modelo vigente, que deve permanecer em uso pela EPE durante a fase de transição.