O estudo da Abraceel e Volt Robotics foi apresentado em almoço do Conselho de Administração da Abraceel realizado em Brasília, no dia 15.05, para cerca de 50 pessoas, entre autoridades públicas e agentes do mercado, incluindo representantes do Congresso Nacional, Aneel, CNI, CNC e Sebrae, entre outros. O trabalho revelou os benefícios econômicos de expandir o direito de escolher o fornecedor de energia para todos os consumidores desses dois segmentos em 2026 (veja detalhes abaixo).
Além disso, ao identificar a quantidade de consumidores e o montante de carga envolvidos na indústria e comércio, o estudo evidenciou que há uma “janela de oportunidade única” para promover essa nova etapa de abertura do mercado, pois dados apurados pela Abraceel revelam que o montante de contratos regulados que serão encerrados até 2028 é maior que a carga de consumo de ambos. Isso oferece cenário para que as empresas consumidoras desses dois ramos de atividade ganhem acesso ao mercado livre sem provocar sobrecontratação nas distribuidoras.
Os consumidores de energia dos segmentos industriais e comerciais, incluindo aqueles no Grupo B, bem como todos os consumidores cativos do Grupo A já elegível ao mercado livre, demandam 9,4 GW médios, ao passo o montante de energia a ser descontratado no mercado cativo até 2028 soma mais de 10 GW médios. Acesse o estudo (https://bit.ly/4dJ3FfO).
Nova onda de abertura beneficiaria 6,4 milhões de consumidores
Nesse mesmo estudo realizado para a Abraceel, a consultoria Volt Robotics identificou que a abertura mais ampla do mercado elétrico, desta vez envolvendo 100% dos consumidores industriais e comerciais em 2026, tem potencial para beneficiar mais de 6,4 milhões de consumidores, gerando R$ 17,8 bilhões de redução de gastos com a conta de luz. Nesses segmentos, gastos economizados tendem a ser reinvestidos em melhorias de processos produtivos e contratação de pessoal, com potencial criação de mais de 380 mil novos empregos.
Raio-X da indústria – No segmento industrial, o Brasil conta com 492,8 mil unidades consumidoras de energia, que demandam 24,8 GW médios. Dessas, 37,4 mil (22,7 GW médios) já estão no mercado livre de energia. Adicionalmente, outras 44,7 mil (1,6 GW médios) estão aptas a comprar energia do fornecedor que escolherem, pois atendem requisitos para a migração. Restam 410,7 mil consumidores industriais (471 MW médios), que consomem energia em baixa tensão, ainda sem permissão para escolher o fornecedor
Considerando as mais de 455 mil unidades consumidoras do segmento industrial que ainda estão no mercado regulado, os benefícios com a migração para o mercado livre somam R$ 4,2 bilhões em redução de custos por ano e mais de 91 mil novos empregos disseminados por todos os estados brasileiros, mas especialmente em São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Raio-X do comércio – No segmento comercial, o Brasil conta com mais de 6,1 milhões unidades consumidoras de energia, que demandam 8,0 GW médios. Dessas, apenas 2 mil (647 MW médios) já estão no mercado livre de energia. Adicionalmente, outros 77 mil (2,1 GW médios) estão aptos a migrar, pois atendem os requisitos para tal.
Assim, restam mais de 6,0 milhões de consumidores comerciais, que consomem energia em baixa tensão, que não têm permissão para comprar no mercado livre. Considerando esses consumidores do segmento comercial que ainda estão no mercado regulado, o acesso ao mercado livre pode gerar R$ 13,5 bilhões em redução de custos por ano e até 290 mil novos empregos, disseminados por todos os estados, principalmente em São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Paraná e Ceará.