Diário do Nordeste Blogs – 24/05/2019
O duplo reajuste na tarifa de energia anunciado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) com a alteração dos valores da bandeira tarifária e da tarifa cobrada pelas concessionárias pesará no bolso do brasileiro a partir de junho.
Os impactos dessas alterações na conta de luz tornam a portabilidade desse serviço um sonho para muitos consumidores, segundo aponta pesquisa divulgada pela Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel).
De acordo com a pesquisa, 69% dos consumidores consideram realizar a troca.
O valor elevado da conta é apontado como motivo principal por 67% das menções. A pesquisa mostrou ainda que 83% das pessoas consideram a tarifa de energia cara ou muito cara no País.
O desejo de migração por tarifas mais baixas e maior previsibilidade de custos na conta incentivou a entrada das empresas no mercado livre e o transformou num fenômeno, já sendo responsável pela comercialização de 30% da energia consumida no Brasil.
A efetivação desse mercado permitiu mudanças importantes no consumo da energia, decretou o fim da compra obrigatória de uma concessionária pré-definida e criou a opção de escolha do fornecedor com melhor contrato. E, nesse caso, as vantagens são inúmeras, como preço, quantidade, prazo de fornecimento e até a opção por energia de fontes alternativas como eólica, biomassa e solar.
“No médio e longo prazo, os contratos feitos no mercado livre de energia permitem que as empresas planejem os custos de energia para a produção sem sofrer com as oscilações de preço do modelo tradicional, chamado de cativo, que, por exemplo, varia as bandeiras tarifárias”,explica João Sanches, CEO da Trinity, uma das pioneiras do setor, há oito anos prestando consultoria e gestão para empresas que desejam migrar para o mercado livre de energia.
Por ora, ainda não é qualquer consumidor que pode realizar a migração. É necessário um contrato mínimo mensal de 500 KW. Além disso, o tipo de compra é diferenciado.
Quem contrata entre 500 KW e 3 MW por mês pode adquirir energia no mercado livre, mas apenas aquela proveniente de fontes alternativas como energia solar, biomassa, eólica ou de pequenas hidroelétricas.
Os que contratam acima de 3MW por mês podem comprar energia livremente de qualquer fonte.
Entre 2003 e 2017, o mercado livre de energia registrou a adesão de 5.926 novos consumidores, que tiveram uma economia de R$ 83 bilhões, segundo estudo realizado pela Abraceel. E o custo, de longe, é a maior vantagem que atrai as empresas, como exemplifica Sanches. “Na prática, a economia média das empresas que migram para o mercado livre pode chegar até 40% ao mês, dependendo da praça de contratação e da tarifa de distribuição”, diz ele.
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