A Abraceel, em parceria com consultoria BIP Group, realizou, no dia 9 de abril, a live “Open Energy – Abertura dos dados em benefício do consumidor de energia elétrica”, com transmissão ao vivo pelo canal da Associação no YouTube. O evento reuniu especialistas dos setores elétrico e financeiro para debater como a transparência, digitalização e compartilhamento dos dados podem impulsionar a modernização do mercado de energia, oferecer benefícios aos consumidores e estimular o desenvolvimento de negócios.
Na abertura, o Vice-Presidente de Estratégia e Comunicação da Abraceel, Bernardo Sicsú, ressaltou a relevância do tema diante do avanço da abertura do mercado e do contexto regulatório atual. “O Open Energy está na ordem do dia, com consulta pública aberta na Aneel e previsão de implementação no curto prazo. Esse debate é essencial para garantir um modelo que realmente coloque o consumidor no centro da transformação.”
Rodrigo Ferreira: desafio brasileiro é ser o “melhor Open Energy do mundo”
O Presidente-Executivo Rodrigo Ferreira afirmou que a proposta da Abraceel foi construída em parceria com a BIP Group e é baseada em boas práticas internacionais e pragmatismo, reforçou que o Open Energy é necessidade imediata para apoiar a próxima etapa de abertura do mercado, que inevitavelmente alcançará os consumidores do varejo.
Rodrigo Ferreira também enalteceu o trabalho tanto da Aneel, na simplificação dos processos no mercado livre brasileiro, quando da CCEE, que promoveu investimentos no aperfeiçoamento de processos e tem apoiado a preparação do mercado para a abertura do Grupo B. Por fim, apontou que o desafio do Brasil é fazer o “melhor Open Energy do mundo”, pois já é o “maior Open Finance do mundo” e tem vocação para uso de tecnologia.
CCEE já estuda Open Energy há algum tempo e defende cronograma realista
Eduardo Pozzi, Diretor da BIP Group, apresentou experiências bem-sucedidas de instituição do Open Energy em países como Estados Unidos, Reino Unido, Austrália e Portugal. Informou que a proposta brasileira se inspira no modelo norte-americano Green Button, com etapas evolutivas que equilibram a viabilidade técnica e impacto positivo na concorrência.
César Pereira, Gerente-Executivo da CCEE, informou que a Câmara é entusiasta do Open Energy e vem se dedicando a estudar o assunto já há alguns anos. Ele detalhou o papel da CCEE em diversas aplicações, explicou que a Câmara trabalha em contribuição para entregar na CP 7/2025, onde o tema está sendo tratado, e defendeu um cronograma mais realista para implantação do compartilhamento dos dados com consulta ampla ao mercado. Ele ressaltou ser fundamental que os agentes estejam preparados para operar com segurança.
Open Finance brasileiro oferece lições para o sucesso do Open Energy
O evento também contou com a participação de Luigi Iervolino e Ana Paula Lima, especialistas da BIP Group no Open Finance brasileiro. Eles compartilharam aprendizados e boas práticas que podem inspirar a evolução do Open Energy, como a importância de uma jornada fluida para o consumidor, padronização técnica, segurança da informação e construção colaborativa com o regulador. “A experiência do Open Finance mostra que a padronização e o foco no cliente são pilares para o sucesso de qualquer ecossistema aberto”, destacou Ana Paula.
Por fim, Alex Mariano, CTO da Way2, explicou o caso da Finlândia após adotar o Open Energy. Lá, disse, o compartilhamento de dados já é prática consolidada. Relatou a maturidade do sistema finlandês e o papel central dos usuários no desenvolvimento de soluções digitais.
A gravação completa do evento está disponível no canal da Abraceel no YouTube.
O estudo de benchmarking internacional sobre Open Energy, realizado pela BIP Group em parceria com a Abraceel, está disponível aqui.