Consultoria iniciou operação junto com a introdução da eólica nos leilões do país e 10 anos depois quer avançar, principalmente na Argentina e Uruguai
De São Paulo (SP)
No ano passado a consultoria Inova Energy completou sua primeira década de operação. A empresa fundada em Fortaleza (CE) foi criada para pegar carona nos bons ventos que sopravam naquela época em que depois do Proinfa, o governo federal sinalizava com a introdução da fonte eólica nos leilões de energia. Desde então projetos dessa natureza são os que mais têm demandado trabalho da empresa, apesar desta ter ampliado sua área de atuação para a solar e, mais recentemente para transmissão e outras ações de infraestrutura.
Entre os planos da consultoria está ainda atender a uma parcela de mercado no cone sul, por essa razão possui um escritório em Porto Alegre (RS). De acordo com o diretor e sócio fundador da empresa, Marcos Miranda, a meta de manter uma sede naquele estado é a de estar fisicamente mais próximo do outro extremo onde há parques eólicos no país, bem como da Argentina e Uruguai, onde a fonte também conta com empreendimentos dessa natureza.
Em grandes números, a eólica ainda responde por 60% dos negócios da companhia, outros 30% já são originados da fonte solar e os 10% restantes dos demais nichos de atuação. Contudo, a tendência é de que essa parcela da solar aumente com o tempo uma vez que há diversos projetos sendo colocados no mercado. “Ainda temos a eólica como a principal fonte e há muito o que fazer ainda, mas a solar vem crescendo, é só ver o volume de projetos que são cadastrados na EPE nos leilões e os preços da solar vem caindo cada vez mais e que a coloca tão competitiva quanto os projetos eólicos”, comentou ele em entrevista à Agência CanalEnergia.
Um caminho que começa a ficar mais claro para os negócios da empresa é o mercado livre. Apesar da ausência de leilões por dois anos no passado e um volume menor do que no início da década os investidores têm procurado novos mercados. Entre eles o movimento rumo ao ACL é atrativo. Ele admite que os volumes de negócios com leilões para o mercado regulado são maiores. Contudo, os empreendedores estão buscando um maior diversificação entre os dois ambientes.
Em termos de receita da empresa o maior volume deve-se ao gerenciamento de obras, cujos valores são mais elevados quando comparados aos estudos de certificação. Mas estes apresentam maiores volumes de negócios o que compensa seu valor mais baixo.
No escopo de atuação da empresa está além da certificação de projetos, de estudos de viabilidade e concepção técnica, elaboração dos projetos de engenharia, gerenciamento e fiscalização da implantação, até a fase de operação do empreendimento. Essa amplitude, comentou o executivo veio de forma natural por conta da natureza da atuação do seu sócio na empresa, Pablo Ribeiro, mais focado na engenharia de obras. Hoje, contou, possuem atividades que vão desde a parte elétrica até a de infraestrutura de acessos e fundações, entre outras, o que abriu a possibilidade de atuar em outras frentes.
“Quando estruturamos a equipe associado à implantação de projetos com engenharia civil, fundação, acessos e elétrica, ampliamos nossa atuação em mercado de infraestrutura como um todo”, disse o executivo. “Como atuamos com sistemas de transmissão associados aos projetos solares e eólicos passamos a dar suporte em leilões de transmissão também, mas ainda este é um segmento de menor volume para nós”, indicou.
Ainda no segundo semestre de 2018 entraram em operação as usinas do Complexo Fotovoltaico Angico e Malta, localizado nas cidades de Malta e Condado (PB). A Inova Energy foi a responsável pelas etapas de certificação da produção, projetos de engenharia e engenharia do proprietário do complexo que tem 54,4 MW de capacidade instalada. Esse foi apenas um dos projetos que a empresa colocou de pé. Essa história, contou Miranda, vem desde 2013 com o primeiro leilão da fonte, realizado em dezembro daquele ano em Pernambuco. Segundo suas contas, a empresa foi a responsável pela certificação de metade dos projetos vencedores.
Na fonte eólica, a participação da empresa é calculada nessa mesma proporção, metade dos 15 GW que o país dispõe atualmente.
“Para este ano, a perspectiva era de maior crescimento do mercado. Essa demanda vem na esteira da expectativa do crescimento econômico do país, que puxa o consumo de acordo com o desempenho do PIB. Mas, apesar das perspectivas de expansão menores do que estimado no início do ano, a expectativa é de que no segundo semestre tenhamos uma dinâmica bem diferente do primeiro”, disse ele. Essa expectativa, acrescentou, deve-se à possível chegada de projetos que começam a ser desenvolvidos depois das negociações dos certames realizados a partir de dezembro de 2017.
Fonte: Agência CanalEnergia
Jornalista: Maurício Godoi
Alcance: Nacional