* Com 28.575 consumidores livres, aumento de 19% em 12 meses, ambiente de livre contratação espera abertura para todos os consumidores de alta tensão
O mercado livre de energia elétrica registrou mais uma rodada mensal de indicadores positivos, com mais consumidores que consomem cada vez mais e negociação mais acelerada de energias renováveis para clientes que querem preços mais baixos, mas também produtos ambientalmente sustentáveis.
Para atender um mercado que tende ao crescimento, ainda mais com a perspectiva de acesso de todos os consumidores conectados em alta tensão, tema de audiência pública aberta no fim de julho, a quantidade de empresas comercializadoras não para de crescer – agora, são 471 aptas a atuar junto aos consumidores.
Esse cenário emerge na edição de julho do Boletim da Energia Livre, documento da Abraceel que mostra o panorama mensal da situação do mercado livre de energia no Brasil, elaborado com base nos indicadores mais recentes divulgados por diversas instituições e consultorias.
A economia na compra da energia elétrica continua sendo um diferencial relevante. O desconto no preço da energia para os consumidores no mercado livre chegou a 38% no mês, considerando a diferença entre a tarifa média das distribuidoras (R$ 288/MWh) e o preço de longo prazo do mercado livre (R$ 174/MWh).
O valor se refere somente à energia propriamente dita, um dos componentes da tarifa elétrica, que é formada ainda pelos custos referentes à transmissão, distribuição, encargos e impostos. No cálculo da Abraceel, a tarifa de energia inclui a bandeira tarifária vigente, ao passo que o preço no mercado livre considera o ESS (encargos de serviços ao sistema) e a energia de reserva.
Confira outros destaques do Boletim da Energia Livre:
* Com crescimento de 19%, mercado livre de energia atinge 28.575 unidades consumidoras no Brasil, pouco ainda (0,03%) diante do total de 90 milhões de consumidores elétricos.
* O custo da energia, um dos componentes da tarifa elétrica, foi de R$ 288/MWh no mercado regulado e de R$ 174/MWh do mercado livre, uma diferença de 38%.
* O mercado livre se consolida como indutor das energias renováveis e absorveu 66% da energia gerada por usinas a biomassa, 59% por PCH, 47% por eólicas e 34% por solares centralizadas.
* O mercado livre absorveu 53% da geração de energia de fontes renováveis (eólica, solar, PCH e biomassa), terceiro maior patamar da série histórica.
* O ambiente de livre contratação é o destino de 34% da geração das usinas solares centralizadas, impulsionando novos investimentos – um ano atrás, esse volume foi de 16%.
* Brasil já regista 471 comercializadores de energia, responsáveis por negociar 63% da energia comercializada no mercado livre e por 36% de toda a energia transacionada no Brasil.
Perspectivas no mercado livre – “No curto prazo, temos a perspectiva bastante positiva de ampliar o acesso ao mercado livre de energia para todos os consumidores conectados em alta tensão, o que representa mais de 100 mil novos consumidores livres em potencial”, explica Rodrigo Ferreira, Presidente Executivo da Abraceel, referindo-se à portaria do Ministério de Minas e Energia publicada no dia 26 de julho, que determina a realização de consulta pública para colher contribuições para permitir que todos os consumidores de alta tensão possam escolher livremente o fornecedor de energia.
Em caso hipotético de ocorrer a migração para o mercado livre de energia de todos os consumidores hoje já elegíveis e também os que podem vir a ser beneficiados pela abertura completa do mercado de alta tensão, o ambiente de livre contratação passaria a ser responsável pelo atendimento de 48% do consumo de energia elétrica no Brasil, contra 36% atualmente.
“Nossos estudos mostram que o mercado livre de energia pode passar a ser responsável pelo atendimento de 70% da demanda de energia elétrica brasileira quatro anos após a abertura completa do mercado de energia, quando todos os consumidores, inclusive residenciais, passarem a ter o direito de escolher o próprio fornecedor”, completa.