* Em Minas Gerais e no Pará, mais da metade da eletricidade demandada mensalmente pelos consumidores já é proveniente do mercado livre de energia;
* Destaque para RJ e estados do Sul do país, onde a participação do mercado livre no consumo estadual total avançou mais de 4 pontos percentuais em 2022
* No Brasil, mercado livre de energia foi responsável por atender 37,2% da demanda nacional por eletricidade em julho, contra 34,4% em janeiro deste ano
* Em preparação à nova onda de abertura do mercado, Brasil já registra 482 comercializadoras de energia, das quais 49 surgiram nos últimos 12 meses
No mapa brasileiro do consumo de energia elétrica em 2022, os consumidores que participam do mercado livre ocupam cada vez mais espaço. Em 23 dos 26 estados brasileiros, além do Distrito Federal, o mercado livre de energia aumentou participação no total de energia elétrica consumida localmente. Em 3 estados houve ligeiro decréscimo e não há dados para Roraima.
Esse cenário emerge na última edição do Boletim da Energia Livre, publicação da Abraceel que mostra o panorama mensal do mercado livre de energia no Brasil, elaborado com base nos indicadores mais recentes divulgados por diversas instituições e consultorias.
Houve crescimento do mercado livre os estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe, Maranhão, Amapá, Pará, Acre, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, bem como no Distrito. No Amazonas, Rondônia e Goiás não houve crescimento.
Consumo de energia no mercado livre nos estados
(Em relação ao total de energia consumida nos estados, janeiro de 2022 x julho de 2022)
Fonte: CCEE. Elaboração: Abraceel
Como ler essa tabela: o número significa o consumo de energia elétrica dos consumidores livres em comparação ao total de energia elétrica consumida em cada estado – neste caso, em julho de 2022. Exemplo: Em Alagoas, de toda a energia elétrica consumida pelos consumidores alagoanos em julho de 2022, 19,2% foi consumida pelos consumidores que participam do mercado livre.
Custos mais baixos – A economia na compra da energia elétrica continua sendo um diferencial relevante. O desconto no preço da energia para os consumidores no mercado livre chegou a 42% no mês, considerando a diferença entre a tarifa média das distribuidoras (R$ 280/MWh) e o preço de longo prazo do mercado livre (R$ 163/MWh).
O valor se refere somente à energia, um dos componentes da tarifa elétrica, que é formada ainda pelos custos referentes à transmissão, distribuição, encargos e impostos. No cálculo da Abraceel, a tarifa de energia inclui a bandeira tarifária vigente, ao passo que o preço no mercado livre considera o ESS (encargos de serviços ao sistema) e a energia de reserva.
A quantidade de unidades consumidoras no ambiente de contratação livre cresceu 18% em 12 meses, confirmando um movimento de forte expansão. Do total de unidades consumidores no mercado livre de energia atualmente (29.259), 15% migraram nos últimos 12 meses (4.422).
Confira outros destaques do Boletim da Energia Livre:
– O mercado livre se consolida como indutor das energias renováveis, absorvendo 68% da energia gerada por usinas a biomassa, 59% por PCH, 48% por eólicas e 40% por solares centralizadas.
– Com isso, o mercado livre absorveu 54% da geração de energia consolidada de fontes renováveis incentivadas (eólica, solar, PCH e biomassa).
– À espera de nova onda de abertura do mercado, quantidade de comercializadores de energia chega a 482. Nos últimos 12 meses, 49 novas empresas surgiram, 4 por mês.
– Dos comercializadores, 53 são varejistas, que vão representar os futuros consumidores livres com demanda abaixo de 500 kW na CCEE. Mais 17 varejistas estão em fase de habilitação.
– Além disso, 88% do consumo industrial de energia elétrica é atendido pelo mercado livre, patamar que tem se mantido estável nos últimos meses.
– Os setores de serviços e de madeira, papel e celulose seguem se destacando e aumentaram o consumo no mercado livre em 20,88% e em 21,1% nos últimos 12 meses.