* Atualmente, 55% do volume de energia comercializada no mercado livre está “embrulhado” em contratos com vencimento de até quatro anos. Prazos distintos oferecem benefícios para consumidores com perfis e estratégias diferentes, aponta Abraceel
Contratos de prazos mais curtos prevalecem no mercado livre de energia elétrica brasileiro, com 55% do volume de energia comercializada “embrulhado” atualmente em contratos com vencimento de até quatro anos. Nos últimos seis anos, o volume de energia elétrica comercializada no mercado livre com prazos de até quatro anos cresceu 70% (8.656 MW médios em maio de 2018 contra 14.689 MW médios em maio de 2024), enquanto o volume total de energia aumentou 63% no período (16.274 MW médios em maio de 2018 contra 26.558 MW médios em maio de 2024).
Em paralelo, os contratos com prazo superior a dez anos voltaram a ganhar mais relevância nas mesas de negociações entre fornecedores e consumidores. Atualmente, 16% do volume de energia contratada por consumidores no mercado livre de energia está “embrulhado” em contratos com prazos superiores a dez anos, isso após passar os últimos anos na faixa entre 10% e 12% do total de contratos. O volume total de energia em contratos com prazos superiores a dez anos também aumentou 63% no período (2.574 MW médios em maio de 2018 contra 4.185 MW médios em maio de 2024).
Com contratos mais curtos ou mais longos, há ganhos para o consumidor, a depender da estratégia e perfil dos compradores. “Essa é a essência do mercado livre de energia, ao permitir que consumidores decidam sobre o perfil da contratação”, resume Rodrigo Ferreira, presidente-executivo da Abraceel.
O mercado livre cria uma nova dinâmica na geração também em relação ao mercado regulado, no qual geradores vendem energia em contratos de longo prazo e indexados à inflação. Isso porque a energia contratada em prazos inferiores volta com mais frequência ao mercado para ser revendida, disputando com novas usinas de energia renovável, com custos decrescentes, e usinas já depreciadas, o que pressiona os preços para baixo. “A competição ocorre na ponta final, na venda direta ao consumidor, pois há centenas de comercializadoras habilitadas para exercer essa atividade, mas também na ponta inicial, na geração”, explica Ferreira.
Os números fazem parte da última edição do Boletim da Energia Livre, publicação da Abraceel que mostra o panorama mensal do mercado livre de energia no Brasil, elaborado com base nos indicadores mais recentes divulgados por diversas instituições e consultorias.