Agência CanalEnergia, Negócios 30/06/2006
Entidades suspenderam realização de leilões de curto prazo. Derivativos e mercado futuro serão analisados
A Associação Brasileira dos Agentes Comercializadores de Energia Elétrica e a Bolsa de Mercadorias & Futuros iniciam na semana que vem, através de um workshop, a avaliação do mercado de energia para identificarem o formato ideal de uma Bolsa de Energia nacional. O estudo será conduzido pelo grupo de trabalho da Abraceel e não tem prazo determinado para ser implementado, segundo o presidente da associação, Paulo Pedrosa.
A Abraceel e a BM&F suspenderam na última quinta-feira, 29 de junho, os leilões de curto prazo realizados na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro. Segundo Pedrosa, o Brasil precisa de um mercado de bolsa ágil, eficiente e líquido que atue na área de gestão de risco e investimentos. A bolsa seria um espaço para negociação de derivativos e para o mercado futuro de energia. Ele explicou que as empresas poderiam vender antecipadamente parte da energia, garantindo o investimento, e as comercializadoras poderiam administrar as carteiras de contratos de curto prazo.
A bolsa seria um instrumento para viabilizar novos investimentos, observou. De acordo com o executivo, o mercado de energia brasileiro é muito complexo na medida em que os preços não são formados pelas expectativas dos agentes, mas por cálculos matemáticos feitos por programas de computador. O mercado ainda se divide entre cativo e livre, o que adiciona outro fator complicador. O grupo de trabalho vai analisar as experiências externas e o mercado brasileiro para elaborar o formato adequado de mercado de bolsa para o país.
A Abraceel e BM&F decidiram fazer essa reavaliação de suas atuações no mercado depois de suspenderem os leilões de curto prazo. Pedrosa afirmou que foi estudada a possibilidade de se fazer alguns ajustes nos pregões, como realizá-los eletronicamente e por vários dias. “Queremos ocupar um espaço maior, por isso, decidimos por repensar o modelo comentou. As negociações nos últimos quatro leilões ficaram abaixo dos 50 MW, frustrando as expectativas das duas entidades, de acordo com o executivo. Os negócios foram realizados entre agosto de 2005 e maio deste ano, girando cerca de R$ 20 milhões. “Estamos muito unidos (Abraceel e BM&F) na crença de que um mercado líquido no Brasil é importante para aumentar a eficiência do mercado de energia e da economia do país, ressaltou Pedrosa.